Parar para pensar. Foi o mote do passado dia 16 de Fevereiro para todos os Colaboradores da Cercimira, num momento de reflexão colectiva focada na intervenção da nossa Organização.

Durante a manhã organizaram-se três mesas redondas, com outros tantos desafios. Um deles foi o de conhecer melhor as origens e características de algumas deficiências com nomes mais ou menos estranhos, que vão circulando pelo nosso quotidiano: Angelman, Cornélia, Down, Paralisia Cerebral, entre muitas outras. Ainda que o nome dado a essas condições de vida e de saúde perca significado perante as necessidades, potenciais e expectativas que são únicas a cada indivíduo, concluiu-se que a informação nunca é demais, especialmente para quem mais recentemente iniciou funções na Cercimira.

Na sala do lado discutiu-se sobre empowerment e auto-determinação. Aqui foi feito um balanço das nossas práticas e foi recordada a importância da partilha comum destes fundamentos da nossa intervenção. À outra mesa, o esforço foi no sentido de compreender melhor o que são os comportamentos socialmente desadequados, a forma como podem prejudicar actividades e objectivos comuns e como frequentemente resultam em conflitos, procurando-se aqui pelas melhores estratégias de intervenção.

A tarde começou com um debate, inspirado por uma reportagem recente da TVI intitulada “Estamos no ar”. Desta narrativa não nos passou indiferente a valorização das potencialidades das pessoas com deficiência e incapacidade. Retivemos mais, porém, a forma como o passar do tempo pode transfigurar pessoas com deficiência e incapacidade em cuidadores dos seus próprios pais e, por outro lado, a serenidade com que os intervenientes se referiram a questões como a sexualidade, a paternidade e a realização pessoal.

Fica, assim, a partilha para quem nos acompanha de fora: parando, foi um dia para fazer caminho.